Quando saímos por volta das três da tarde, o vento mal soprava e o mar parecia não um lago mas sim um poço. Apenas a bruma de Sul nos envolvia numa atmosfera peculiar.
A corrente estava no sentido da maré a vazar e por isso começamos o aquecimento já à deriva com o cabo na vertical.
Para começar fiz alguns mergulhos em peso constante sem barabatanas, sendo que o máximo atingido foram os 33,6m de profundidade.
Depois decidi então tentar ir ao fundo em imersão livre. O lastro estava aos 52m de profundidade.
Após 5 minutos de preparação, iniciei a descida.
Consegui compensar sempre bem até por volta dos 40m de profundidade, mas a partir daí foi mais difícil, compensei mais uma vez e alterei a minha posição para a de "sky diver" de forma a travar a descida e ver a que distância estava do fundo.
Era já ali, via as tags a bailar, não faltava muito, tentava compensar mas não conseguia, no entanto os meus ouvidos não davam sinal de precisar de ar e por isso deixei-me afundar com uma das mãos a deslizar sobre o cabo, na eventalidade de ter de parar por causa da pressão. Mas não foi preciso.
Cheguei ao fundo e agarrei na tag amarela, nem deu para pensar muito, coloquei a tag por baixo do fato e comecei a subida nas calmas.
À chegada à superfície, realizei o protocolo sem qualquer dificuldade em menos de 10s e claro para minha alegria mostrei a tag aos juizes da AIDA Portugal, sinónimo de que tinha mesmo ido lá baixo.
O relógio marcava 52,4m de profundidade num tempo total de 2 minutos e 19 segundos.
Para o próximo fim-de-semana o objectivo é descer à mesma profundidade mas agora na disciplina de Peso Constante com barbatanas.
Vou ainda tentar melhorar o meu actual recorde nacional de Peso Constante sem barbatanas mas apenas por um metro, ou seja os 41m de profundidade, pois tenho de admitir que para mergulhar até aos 50m de profundidade sem barbatanas neste momento "é muita fruta", como dizia um amigo meu.
PS: Obrigado à presença dos juizes da AIDA Portugal, ao Hugo e ao Damásio pela segurança e ao João pelas filmagens possíveis.
Bem, hoje o mar já não estava propriamente um lago como no fim-de-semana anterior, a ondulação era sobretudo do vento que soprava de norte, mas não era muita, o pior era a corrente que estava forte e mesmo com um lastro de 18Kgs o cabo ficava de lado, entre 15 a 20 graus.
Fizemos alguns mergulhos de aquecimento com o barco preso à bóia que se vê na imagem, onde a profundidade é de uns 60m.
Depois para fazer o mergulho mais fundo, deixamos o barco à deriva e aí o cabo ficou praticamente na vertical.
Desta vez mergulhei em Peso Constante com barbatanas, foi um mergulho mais cansativo do que o de Imersão Livre, sobretudo lá em baixo tive muitas dificuldades para compensar para chegar ao fundo, devo ter ficado a um palmo do lastro.
Na subida, contei mais de trinta pernadas no estilo de monofin, fui duro mas senti que cheguei à superfície ainda com uma reserva. Acho no entanto que estou com peso a mais, com um fato de 5mm e 4Kgs para um mergulho aos 50m de profundidade, devia ter apenas entre 3 a 3,5Kgs de lastro.
No próximo Domingo, espero já ter a presença dos juizes da AIDA Portugal para puder homologar os recordes.
PS: Obrigado Hugo pela segurança.
* Recorde Pessoal (com barbatanas)